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ARQUITETURA INTEGRADA COM ESPAÇOS DE TRABALHO - PARTE 1


Estudos de Neuroarquitetura comprovam o impacto do espaço físico no cérebro, afetando o comportamento humano e a produtividade nos ambientes de trabalho. Todo mundo  já experimentou a sensação de entrar em algum lugar e simplesmente pensar: Eu me sinto bem aqui! Ou o contrário,: alguma coisa aqui não me faz bem e ainda aquele lugar em que você, simplesmente não consegue se concentrar. 


A Organização da Nações Unidas prevê que em 2030, 60% da população viverá em ambientes urbanos. Estima-se que os seres humanos passem 90% das suas vidas confinados em ambientes construídos. Uma boa parte no ambiente de trabalho.


Cada vez mais as empresas investem em suas instalações, por que perceberam que quando uma empresa não pensa no bem-estar de seus funcionários, perde não apenas em produtividade, mas também na qualidade de seus produtos e serviços.


As formas de trabalho mudaram muito nos últimos anos e os escritórios vão ter que mudar também.

No início do século 20, o ambiente era muito marcado pela segregação espacial, com as diferenças hierárquicas muito bem definidas. Num grande espaço, ficavam todos os funcionários de baixo escalão, supervisionados por seus superiores.


Nos anos 30, o trabalhador não é mais visto como uma máquina. As variáveis psicológicas que interferem na produção começam a ser levadas em conta. Em 1939, no Johnson Wax Building, nos USA, do Frank Lloyd Wright, foi utilizado pela primeira vez móveis modulados em um escritório, desenhados pelo próprio arquiteto e foi adotado um plano aberto — segundo ele, para tornar o espaço mais produtivo. O prédio também foi pioneiro  no uso de ar condicionado em todos os ambientes.


No início dos anos 50, começam a surgir os escritórios que ocupam grandes espaços abertos, é o início dos open spaces,  onde as diferenças hierárquicas são reduzidas. Mas as queixas com o desconforto acústico e a falta de privacidade são frequentes. O modelo, inicialmente adotado para estimular a colaboração entre funcionários, logo foi desvirtuado e o plano aberto passou a ser adotado para reduzir o custo do metro quadrado ocupado.


Na década de 60, surgem as famosas baias do Herman Muller, com suas divisórias de 1,80 metro de altura. As baias estabeleciam um contraponto em relação aos espaços abertos. Além de flexíveis, essas estações podiam ser alteradas caso as circunstâncias do escritório mudassem. Apesar de hoje considerarmos estas baias muito estranhas, na época elas foram muito revolucionárias, pois até então, os funcionários, na base da pirâmide hierárquica, nunca haviam tido um espaço próprio. Com o tempo, porém, este conceito também foi desvirtuado, chegando ao espaço mínimo do cubículo.


Nos anos 80, com o surgimento dos computadores, começa a haver um maior equilíbrio entre espaços abertos e áreas de privacidade, mas a questão das diferenças hierárquicas e a compartimentação de tarefas ainda é um problema. Começam a surgir também  os primeiros escritórios com academia, espaços de alimentação e até atendimento médico.


Nos anos 2000, os espaços tornam-se mais flexíveis, com o compartilhamento de mesas e bancadas, é a era do uso compartilhado. As empresas começam a implementar políticas de home office e tem início a proliferação de áreas de coworking, em todas as grandes cidades.


Atualmente, os ambientes tentam moldar-se às pessoas — e não o contrário. Há um equilíbrio estratégico entre áreas de privacidade e áreas abertas. O escritório é aberto, com pequenas ilhas de clausura.  Estimula o trabalho colaborativo, mas reconhece (e respeita) a importância do privado, com foco no bem-estar e na saúde dos funcionários. É a evolução do open space, hoje  usamos o design como ferramenta, ou seja,  não é o trabalhador que deve tentar se acomodar à uma cadeira que não oferece a postura adequada. Não é o trabalhador que deve, no meio do barulho, buscar um fone de ouvido para conseguir se concentrar. A solução tem que vir do ambiente que deve ser projetado para atender às necessidades das pessoas.


No nosso próximo post falaremos sobre nossa foram de trabalho para desenvolver projetos corporativos com estas premissas.

Por, Ana Vilas Bôas

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